quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
domingo, 13 de setembro de 2020
Marcos Peixe: SOTEROLHARES
SOTEROLHARES
Desperta o galo às cinco,
Abrem-se portas e janelas
Verdes, vermelhas, amarelas.
E o mar, sereno,
olhando...
O mar, calado, espelha
Os barquinhos de remo.
Os de vela esperam o vento.
E as casinhas
olhando...
Acorda São João do Cabrito
Plataforma, Lobato.
E sobe o cheiro do café, do
mocofato.
E o mar, sereno,
olhando...
Pede licença ao fim da noite
O sol, sonaldino ainda,
Criando juntos uma imagem linda!
E as casinhas
olhando...
D. Luzia acordou as quatro,
Roxa nina o bebê que chora,
E o cão sorri, saltando fora!
E o mar, sereno,
olhando...
“Já vai¿” Evaristo pergunta
A Gato Mestre, na areia, rede em
mão.
“Tô indo, guerreiro, mestre, irmão!”
E as casinhas...
Olhando as águas do subúrbio
De uma Salvador guerreira
De um povo que raia com o sol.
E o mar...
Olhando as casinhas
Estreitas, penduradas, coloridas
Apaixonadas pelas águas
Da serena baía.
AMENDOIM NO CORDÃO
AMENDOIM NO CORDÃO
O badogue de goiabeira
Mirando ou não
O boi de barro
Pastando quebrado no chão
O amendoim no pescoço
Colar de cordão.
Ah! Infância no interior...
A MOLHAÇÃO DO RIO
A MOLHAÇÃO DO RIO
Sua secura desmolhou
Fauna Flora
E os pés do roceiro.
Um dia, chuva
Jogou-se na cabeceira
Pá! Pá não: spsiddiridifeidjda
Vai moiá!
Disse feliz apromando
Olho e ouvido longe.
Mas a certeza certa se deu
Quando viu os cabra no leio
Escarrerado pela torrente
Que vinha
de lado a lado